E eu olho o céu, vejo seus olhos, mais faço de tudo para não
lembra-los.
Sento-me a mesa, e relembro do toque eletrizante que me
causava.
A cada espaço que percorro pela sala, é um pedaço seu que
reconheço.
Sua vida que já foi minha, sua alma que já me reconheceu, seu
caminho que foi de encontro ao meu.
E assim me sinto estranha, uma desconhecida, vivendo em
minha casa, mais não sabendo para onde caminhar.
Eu só sei que gostaria de te encontrar, nem que seja só para
te olhar, ao longe.
A beira da piscina eu te vejo, seu olhar simplesmente ao
encontro do meu, não dá pra esquecer.
As piores lembranças acabam se tornando as melhores, quando não
se tem mais nada de você.
Caminho pela areia, a procura de rastros seus, tentando
encontrar pistas.
Se um dia existiu, porque então desapareceu? Há de voltar.
Minhas mãos procuram por um rosto, desconhecido talvez.
Não te conheço mais, não reconheço mais nem a mim.
Uma estranha em meu próprio corpo, com sentimentos e
emoções.
Eu te procuro, tentando te esquecer.
Não sei mais para onde correr.
Talvez para mais longe, ou talvez para mais perto.
Quem sabe um dia te procurando, consiga de achar, te esquecer
e depois novamente me apaixonar.